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Por que minha encomenda ficou na alfândega? Como resolver passo a passo

Atualizado em · Guia completo para consumidores e empresas

Receber a notificação de que uma encomenda foi retida pela alfândega causa ansiedade e dúvidas: quais impostos serão cobrados, quais documentos são necessários, quanto tempo aquilo demora e — principalmente — como proceder sem pagar por serviços desnecessários. Este artigo explica, com linguagem prática e instruções acionáveis, tudo o que você precisa saber para recuperar sua mercadoria no Brasil.

Por que a minha encomenda foi retida?

Encomendas internacionais podem ser retidas por diversos motivos. Os mais frequentes:

  • Fiscalização aleatória: a Receita Federal seleciona objetos para conferência física ou documental.
  • Documentação incompleta: falta de nota fiscal, invoice, declaração de conteúdo ou dados do remetente/destinatário.
  • Valor declarado incompatível: discrepância entre o preço declarado e o valor real constatado na inspeção.
  • Produtos proibidos ou com restrição: itens que exigem autorização prévia (alimentos, cosméticos, baterias, réplicas, peças automotivas etc.).
  • Erros no cadastro: CPF/CNPJ incorreto, endereço incompleto ou ausência de contato do destinatário.

Saber o motivo é o primeiro passo: a notificação que você receberá (via Correios ou transportadora) normalmente indica o motivo e quais documentos solicitarão.

Documentos e informações que você precisa ter em mãos

Tenha à mão, preferencialmente em PDF ou foto legível:

  • Comprovante de compra (invoice, nota do vendedor).
  • Documento de identificação do destinatário (CPF ou CNPJ).
  • Comprovante de residência atualizado.
  • Procuração, quando o pedido for retirado por terceiro (modelo simples + cópia de documento).
  • Licenças especiais, quando aplicáveis (ex.: Anvisa para medicamentos ou cosméticos regulados).

Se a encomenda for empresarial (CNPJ), inclua contrato social simplificado e inscrição estadual quando exigido.

Impostos, taxas e custos — o que esperar

No Brasil, encomendas internacionais normalmente estão sujeitas a:

  • Imposto de Importação (II): depende do valor e classificações tarifárias.
  • ICMS: imposto estadual aplicado conforme legislação local (base e alíquota variam por estado).
  • Despesas administrativas/Armazenagem: cobradas pela transportadora quando a mercadoria permanece armazenada por mais tempo.
  • Taxas de desembaraço: cobrança dos Correios ou transportadora por serviços administrativos.

Evite pagar “gorjetas” ou serviços não oficiais: sempre peça nota fiscal detalhada com base legal. Se tiver dúvida sobre o valor cobrado, peça a classificação fiscal (NCM) do produto para consultar alíquotas oficiais.

Prazos típicos e etapas do processo

  1. Notificação: Você é avisado pelo e-mail ou SMS da transportadora / Correios.
  2. Envio de documentos: Em geral, você tem prazos curtos (7–15 dias) para enviar a documentação solicitada.
  3. Análise e conferência: Depende do fluxo da unidade aduaneira — pode variar de dias a semanas.
  4. Pagamento de tributos: Após homologação de valores, você recebe guia para pagamento.
  5. Liberação física: Mercadoria liberada para entrega local; custos de armazenagem podem incidir se houver atraso.

Prazos podem se estender em temporadas de pico ou em casos que exigem análise técnica (ex.: produtos médicos).

Passo a passo prático para liberar sua encomenda

1 — Leia a notificação com calma

Identifique o órgão responsável (Receita Federal, Anvisa, Ibama), o código da notificação e o prazo para resposta.

2 — Reúna documentos e envie pelo canal indicado

Use e-mails oficiais da transportadora ou portal indicado. Faça arquivos legíveis e nomeie-os com padrão (Ex.: CPF_documento.pdf).

3 — Não aceite intermediários sem nota fiscal

Alguns despachantes oferecem serviço rápido, mas exija contrato e nota fiscal. Compare preços e peça a NCM quando for pagar impostos.

4 — Verifique o regime de tributação

Se for pessoa física com valor abaixo de certas faixas, verifique se há imunidades/isenções aplicáveis. Para empresas, confirme base de cálculo e se há benefícios fiscais.

5 — Se houver divergência, recorra administrativamente

Se o valor cobrado for abusivo ou incorreto, registre recurso na unidade aduaneira ou abra processo administrativo. Documente tudo (protocolos, e-mails, notas).

Casos especiais e armadilhas que você deve evitar

  • Produtos declarados como "amostra": podem ser inspecionados e terem cobrança retroativa se comprovado valor comercial.
  • Reenvio não autorizado: fornecedores que reenviam sem ajustar documentação aumentam risco de nova retenção.
  • Falsos despachantes: nunca pague por serviços solicitados por WhatsApp sem contrato e nota fiscal.
  • Produtos regulados: medicamentos, certos cosméticos, alimentos, baterias e drones têm exigências específicas — verifique ANVISA, ANATEL, INMETRO.

Perguntas frequentes (FAQ)

Precisa de ajuda direta?

Se precisar de análise rápida do caso, reúna invoice, rastreamento e notificação recebida e encaminhe para o canal oficial da transportadora ou para o seu despachante de confiança. Evite acordos via mensagens não oficiais.

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